Supressão de defesas aéreas na Segunda Guerra Mundial


A supressão de defesas aéreas é entendido como relacionado com sistemas de mísseis guiados por radar, mas os radares só passaram a ser usados em combate na Segunda Guerra Mundial. Na Primeira Guerra não havia radares e os sensores eram visuais ou sonoros para detectar aeronaves. Os pilotos já tinham percebido que atacar a artilharia antiaérea diminuía as baixas das aeronaves de ataque. Voar acima de 1.000 metros era uma medida que deixava a aeronave fora do alcance da maioria das defesas aéreas da época.

Batalha da Inglaterra

A inteligência e a escuta de rádio da Luftwaffe observaram que os caças da RAF chegavam rapidamente nos alvos e as transmissões indicavam que tinham alguma forma de alerta. Desconfiaram dos mastros na costa que podiam ser radares. Como os caças levavam 20 minutos para subir até a média ou grande altitude então destruir os radares os deixariam em desvantagem pois os bombardeiros só seriam detectados acima do alvo ou sobre a costa. A rede de radares britânicos dava 30 minutos de alerta e permitiam otimizar os recursos. Não precisavam mais dispersar as unidades em patrulhas de combate aéreo no ar gastando combustível desnecessariamente.

Com o Ju-87 em desvantagem devido ao desempenho, criaram a equipe BF-220 que consistia de dois BF-110 e um BF-109 de escolta para atacar as estações de radar. O primeiro ataque danificou os radares de três locais por poucas horas. A noite outro ataque não teve muito resultado e com um radar móvel tomando o lugar dos mais danificados. Goering concluiu que era impossível danificar a rede e depois realizaram poucos ataques.

Os alemães usavam uma rede de radares de busca e alerta com o radar Freya que tinha um alcance de 160km. Mais de mil foram fabricados durante a guerra. O Freya passava dados para os radares Warzburg, com alcance de 18km, usados para determinar a posição mais precisa dos alvos e passar os dados para a artilharia antiaérea. A fábrica dos radares Freya foi detectava em 20 de junho de 1943 por fotos de reconhecimento e logo virou um alvo prioritário.

As contramedidas contra os radares alemães foram os interferidores Carpet e Mandrel instalados nos bombardeiro indo na frente. Protegiam as aeronaves a até 3,5km ao redor, mas era mais efetivo na metade dessa distância.

Os B-17F Ferret equipados com o alerta radar APA-24 de determinação de direção era usado para detectar e gravar os dados dos radares alemães. Os dados eram usados para programar os interferidores Carpet contra os radares Wurzburg. A operação iniciou em abril de 1943 com o 16o Esquadrão de Reconhecimento operando a partir da Tunísia com 35 aeronaves. Apoiaram inicialmente a invasão da Sicília.

Em 1944, iniciaram o uso de chaff, chamado na época de "Window". Eram lançados nos primeiros bombardeiros ou pathfinder. Os bombardeiros tinham que voar a menos de 700 metros do corredor de chaff para ser efetivo. Funcionou bem no início pois os operadores de radar aprenderam a diferenciar as aeronaves do chaff.

Como não era possível defender todos os lugares, havia muitos caminhos para desviar das posições de artilharia antiaérea. Voavam o mais alto possível e atacavam de várias direções.

As perdas dos bombardeiros aliados foram pesadas. A artilharia antiaérea foi responsável pela metade das baixas. A média era 3,3% a 5% de perdas nas missões sendo difícil sobreviver as 25 missões previstas. Uma missão chegou a 50% incluindo as perdas após o pouso. As aeronaves danificadas também precisavam de muito trabalho para serem recuperadas.

Uma formação de B-17 passando por uma barragem de artilharia antiaérea alemã.

Um B-17 Ferret com antenas dos sensores APA-24.


Normandia

Em 1941, os Alemães começaram a construir uma cadeia de radares da Holanda até St Malo para dar alerta das ofensivas dos bombardeiros da RAF. Os radares estavam todos conectados a centros de controle que coordenavam com as estações para interceptação de caça de dia e a noite ou unidades de artilharia antiaérea.

Os radares eram auxiliados por 68 postos de observação instalados a cada 10 km ou menos. Os postos de observação eram operador por 5 ou 6 tropas cada para dar cobertura 24 horas por dia. Usavam telescópios Fornrohr e telefones. Não eram treinados em reconhecimento de aeronaves como o sistema ROC (Royal Observer Corps) britânicos, que também reconheciam navios na costa. Os alemães apenas informavam o número, altitude e direção dos contatos. A altitude era uma descrição geral como menos de 100m para baixo, 100m a 1500m para média altitude, 1.500m a 3km para alto e acima 5 mil para muito alto. A determinação mais exata era feita pelos radares.

Na Normandia, o centro de comando em Caen tinha uma mesa de plotagem com uma luz vermelha para cada posto de observação no mapa que acendia quando recebiam um alerta do local. Sabiam que seriam o alvo primário na invasão e estavam preparados para fugir rápido.

Para despistar o local exato da invasão do dia D, os aliados atacaram todos radares da Bélgica até St Malo. Eram 26 estações costeiras, 24 estações de controle de caça no interior e 12 estações de controle de caças noturnos. Todos foram detectados por fotografia aérea. Duas estações no Pas de Calais não foram atacadas para detectaram a "frota fantasma" na noite de 5-6 junho simulada por "Window". Na Normandia foi exigido a destruição total de todas as estações.

O radar em Arromanches foi atacado por 20 a 25 Mustang e Thunderbolts iniciando o mergulho a 2 mil pés a 4 km de distância com o sol pelas costas. Atacaram com foguetes e metralhadoras. Viram poucos danos e os pilotos acharam que era uma missão para os bombardeiros e não para os caça. A experiência mostrou que os bombardeiros eram pouco precisos para atingir radares e a explosão próxima causava pouco danos nas antenas. Projéteis de metralhadoras e canhões que atingiam os sistemas e cabos elétricos causavam mais efeito, apesar do dano superficial. A inteligência após a invasão mostrou que os ataques foram efetivos com dados das informações dos prisioneiros.

Contra a estação em Point et Raz de la Percée foram realizados três ataques entre 22 a 24 de maio. Usaram uma força de 20 caças que se aproximaram baixo e atacaram de surpresa. Usaram bombas, canhões e foguetes. Os foguetes foram os menos efetivos com 15 sem explodir. Um novo ataque foi realizado em 30 de maio contra as instalações já abandonadas. No total foram 120 saídas com 85 atacando alvos. Até maio foram 1.014 saídas de caça e 48 de bombardeiros contra os radares na costa da Normandia.

O reconhecimento fotográfico mostrou ser suficiente para detectar e sistema de busca com os Ferret estava superado. As fotos permitiram detectar 600 sites na costa entre a Dinamarca e o sul da França.


Fotos de reconhecimento das estações de radares em Arromanches.


Estação de radar em St Malo.


A RAF desenvolveu o projeto Abdullah em 1944 que consistia em três caças Typhon equipados com um receptor de radar que indicava a direção de um radar em uma TV na cabina. O receptor era programado em uma frequência de radar e quando ligado indicava a direção na tela da TV. O piloto voando em direção ao radar tinha que detectar o radar visualmente e depois atacar ou marcar o local com um foguete de fumaça para ser atacado pelas escoltas. Os operadores de radar alemães percebiam a aeronave se aproximando e desligaram o radar ou mudavam de frequência. Esta técnica de detecção e a contramedida dos operadores foram repetidas depois no Vietnã. Atacar os radares era um bom objetivo pois os radares eram difíceis de fabricar e os operadores difíceis de treinar e substituir.

A Alemanha testou o míssil Seehund F11 em 1940. Era um planador sem cauda com cabeça de guerra de 900kg com um transmissor que tranca nas transmissões de radar do alvo. Eram sensores primitivos e não confiáveis.

A bomba planadora "Hagelkorn (Hailstone)" guiada por giroscópio recebeu um sensor radar passivo "Radieschen" em 1945 para ser usada contra radares aliados. Dez bombas foram testadas com dois acertos diretos e oito falhas. A guerra acabou logo depois.
 

Pacifico

A Section 22 atuava no Pacífico com o pessoal da USAAF, US Navy, comunidade britânica e Holanda para entender o uso dos radares pelo Japão e desenvolver contramedidas. Usavam equipamento capturado ou interceptação de sinais de plataformas aéreas, terrestres e navais.

Os pilotos não estavam preocupados com a ameaça da artilharia antiaérea, mas com o fato dos japoneses sempre saberem de onde vinham e não conseguiam surpresa. Deviam ter uma rede de radar de alerta e queriam destruir.

Primeiro usaram um B-25D com oito metralhadoras no nariz. A ideia era instalar um receptor radar para poder se aproximar e atacar os radares. O receptor AN/APR-4 e o analisador de pulso AN/APA-11 foram instalados em dois locais para permitir acompanhar vários sinais. A antena no nariz não era atrapalhada pelas hélices. As aeronaves eram adaptadas localmente na selva do Pacífico. Câmeras K-17 ou K-20 eram usadas para fotografar os alvos.

Realizaram 20 missões a partir de Clark Field. Atuaram inicialmente na Nova Guine, Borneo e Java em 1944 e depois nas Filipinas e litoral da China. Destruíram oito radares e sempre traziam fotos dos ataques. Em uma missão de "radar busting", uma unidade em terra em Luzon pediu ajuda contra um carro de combate japonês atrapalhando o avanço da infantaria. O metralhador na lateral disparou a 12,7mm e incendiou o blindado.

A Section 22 localizou 30 radares entre novembro de 1944 a março de 1945, ou 90% do total. A média de detecção no fim da campanha era três sites por saídas. A maioria eram radares Type 13 da marinha japonesa. A cobertura de radar mapeada diminuiu as baixas nos bombardeiros contra bases aéreas, portos e refinarias.

Dois B-24D Liberators chegaram em janeiro de 1944 e foram chamados de Ferrets depois de adaptados com receptores de radar. Os B-24J eram melhores por voar a noite e estimulavam os radares a ligar. Os bombardeiros voavam missões anti-navio noturna padrão e aproveitavam para o pessoal da Section 22 monitorar e gravar sinais de radar.

Antes os radares eram alvos de oportunidade e não os alvos prioritários. Os B-24 Ferrets ainda tinham como missão principal atacar navios e poucos radares foram atacados. Não tinham tempo ou armas para atacar os radares. A camuflagem dificultava localizar os radares com precisão. As antenas ficavam ocultas por folhas de palmeiras e até instalavam as antenas em árvores. O sinal eletrônico não permitia localização com precisão e as fotografias do local eram necessárias para localização detalhada e ataque. Usavam aeronaves de reconhecimento fotográfico dedicadas.

Cerca de 13 P-70 Havoc e P-38 atacaram radares em Rabaul em três ocasiões entre janeiro a março de 1944 com dados dos Ferrets.

Dois B-24J Ferret participaram do ataque contra o porto de Soerabaja em 24 abril de 1944. Levaram três jammer e CHH-2 ‘Rope’ Window para interferir nos radares. Chegaram no local a 14 mil pés para bloquear os faróis de busca e radares de controle de tiro. Lançaram chaff em intervalos de 5 segundos para apoiar duas vagas de ataque contra navios e instalações. Foram detectados a 400km, mas a interferência iniciou a 120km. O chaff lançado a 35km milhas foi considerado efetivo. Outro Ferret acompanhou os bombardeiros e lançou Window a cada 7 minutos. 14 sinais de radares foram monitorados. Os operadores de torre no nariz, laterais e cauda observavam a selva com binóculos procurando radares camuflados sem sucesso. Nenhum sinal foi detectado no caminho de volta.

Uma missão na noite de 2 de novembro de 1944 foi na baia de Mindanao. Detectaram um sinal e cinco cortes permitiu posicionar o radar a leste de Mindanao, próximo de Leback. Não encontraram navios na missão que era a função principal. Na volta outro sinal foi detectado na direção do mar de Celebes. Sobrevoaram baixo e era um radar Type 13 na ilha de Sibago. Tiraram fotos com K-20 e voltaram para atacar com bombas 500 lb. Fizeram três passagens sem acertar o radar.

Um ataque contra Goeroea com 11 A-20, 24 B-25 e 12 P-38 foi apoiada por dois B-24s Ferret que suprimiram radares no Cabo Petak a 48 km do alvo. Um Ferret indicava a direção do radar para dois B-25 atacarem o local uma hora antes do ataque. Atacavam com bombas e metralhadoras em várias passadas. O ataque principal conseguiu surpresa total e não foram atacados pela artilharia antiaérea na maior parte do ataque.

Outro ataque no dia 28 de dezembro teve missão de supressão de um radar na ilha Laoetevitaria para evitar a detecção de ataques nas ilhas Ambon e Haroekoe. Bombas de fragmentação foram disparadas a cada 15 minutos para manter os radares desligados.

Os japoneses passaram a reconhecer corridas de homing e desligavam radares para dificultar a triangulação. Ainda assim detectaram radares nas ilhas Ceram Leste, Banda e Ambelau. Junto com dados de reconhecimento em terra, puderam localizar e destruir radares.

A última missão dos B-25 Ferret foi em 16 de fevereiro de 1945 apoiando 24 B-25 contra alvos Kendari. Fizeram uma rota a baixa altitude para evitar detecção o que confirmada pelos Ferret que não detectaram sinais no voo a 500pés. Validou o plano de mapear os radares japoneses para determinar rotas seguras.



Radar japonês no cabo Tekoe sendo atacado pelos Beaufighter australianos em novembro de 1944.


Foto tirada por um B-24J de um radar Type 13 na ilha de Sibago em novembro de 1944.

Supressão de artilharia antiaérea

O efeito dos bombardeiros dos Zeppelins e bombardeiros Gotha era bem conhecido pelos britânicos na Primeira Guerra. A defesa era a artilharia antiaérea e os caças e se prepararam para conflitos no futuro.

Da mesma forma, a defesa aérea da Alemanha já previa que grandes frotas de bombardeiros podiam deixar os alemães de joelhos. Foi sugerido o desenvolvimento de canhões de grosso calibre, geradores de fumaça para proteger centros industriais, faróis de busca, rede de alerta, abrigos reforçados, treino de trabalhadores para controle de incêndio e primeiros socorros.

A expansão a artilharia antiaérea da Luftwaffe foi rápida. Tinham que proteger 2.359 alvos como as principais fábricas militares. No início da Segunda Guerra havia 657 baterias de artilharia antiaérea pesada (2.628 canhões de 88mm e 105mm), 560 baterias leve (6.700 canhões de 20mm e 37mm) e 188 baterias de busca (2.052 faróis de busca). Em janeiro de 1944, havia mais de 20 mil canhões e 6.800 faróis de busca defendendo a Alemanha.

O projeto dos bombardeiros da década de 1930 focavam no alcance, velocidade e carga de bombas. A altitude era ignorada. Na década de 1930, a doutrina da RAF focava em bombardeiro diurno a 10 mil pés e bem dentro do alcance dos canhões de 88mm. Simplesmente ignoravam a ameaça.

Os aliados investiam em defesas contra caças e pouco contra a artilharia antiaérea. Enchiam os bombardeiros de torretas de metralhadora que forçava a voar mais baixo e lento. Com as perdas aumentando pensaram em melhorar o desempenho retirando as torretas dos bombardeiros noturnos. Tirar todas aumentaria a velocidade em 80km/h, mas achavam que era bom para o moral manter. Tiraram a penas a frontal do Halifax.

Em 1939, os EUA lançou o requerimento de um bombardeiro com velocidade de 310 milhas por hora, teto de 30 mil pés, carga de 4 toneladas de bombas e alcance de 3 mil milhas. Resultou no B-24, mas era bem mais lento.

As táticas no início era usar a velocidade e a altitude sobre o alvo para evitar a artilharia antiaérea. A precisão a 8 mil pés era 800 pés em condições ideais. Com a mira Norden chegou a 100 pés, mas na prática apenas 5% das bombas caiam a 450 metros do ponto de pontaria e metade a 1800m.

Voar a noite foi próximo passo e voar mais alto mostrou ser a melhor para evitar perdas, mas não podiam subir muito. Em 1941, a grande maioria dos ataques eram incursões noturnas. Diminuia as perdas, mas com pouca efetividade. Em agosto de 1941 foi estimado que 10-12% das bombas caíram a 5 milhas do alvo e 10-30% nem explodia. As técnicas de bombardeiro radar como radar H2X de mapeamento do solo em 1943 melhorou a precisão um pouco com 42% das bombas caindo a 5 milhas do alvo após a entrada em operação.

Os "pathfinder" da RAF lançavam indicadores de alvo e os alemães sabiam que os bombardeiros teriam que voar sobre ele e disparavam no local.

Em 1942 foram iniciadas as táticas de "bomber stream" com mil bombardeiros atacando uma cidade alvo a noite em 90 minutos. Usavam a mesma rota e velocidade, com altitude e tempo sobre o alvo diferente. O objetivo era saturar a artilharia antiaérea e os caças noturnos e funcionou. A artilharia antiaérea teve que se concentrar em alvos individuais ao invés de fazer barreira. Apenas 41 bombardeiros foram perdidos no primeiro ataque.

A função principal da artilharia antiaérea era forçar os bombardeiros a voar alto e atrapalhar a precisão dos ataques. Cada 5 mil pés de altitude a mais diminui a precisão pela metade. Outra função era quebrar a formação ou forçar a manobras evasivas. Se a aeronave sai da formação vira presa fácil para os caças. Um bombardeiro danificado a noite pegando fogo ou soltando fumaça de dia é fácil de ser detectado e costuma voar mais lento e separado da formação. Os estilhaços da artilharia que atingia a aeronave criavam vazamento de combustível ou fluido hidráulico e a aeronave podia cair antes de chegar na base ou fazer um pouso forçado. Os reparos deixavam a aeronave fora de serviço. As tripulações mortas ou feridas era outra função. Algumas tripulações disparavam as bombas antes do alvo para poder fugir rápido.

A pontaria das armas de longo alcance era outro problema. O diretor Kommandogerät P 40 era um sensor ótico com telêmetro e computador balístico. Era muito usado de dia e bom tempo.

O principal sensor de detecção noturno e pontaria era o detector de som Ringtrichter Richtungshorer (RRH). Em 1944 ainda havia 5.560 RRH em serviço devido a falta de radares. O RRH era usado para apontar os faróis de busca. Se pegava uma aeronave, o brilho atrapalhava a pontaria. O farol de busca também usava dados do radar para ser apontado. Foi estimado que o farol aumentava as perdas dos bombardeiros em 50%.

Os radares de controle de tiro entraram em operação em 1941 e melhoraram a pontaria e permitiu usar outras táticas. O radar Würzburg tinha alcance de 70km e precisão de 25 metros em condições ideais, sendo usado para pontaria de artilharia antiaérea. Mais de 4 mil foram fabricados a partir de 1941.

O canhão de 88 mm era relativamente simples de operar. Conectado ao controle de tiro, os operadores seguiam indicadores eletrônicos para posicionar o canhão e disparar com precisão. A Flakkorps eram móveis e podiam operar com tropas em avanços blindados ou atuando como artilharia, principalmente com o canhão de 88 mm.

O canhão Flak 40 de 128 mm era a peça mais efetiva conseguindo um kill a cada 3 mil disparos. Era metade do 105mm e cinco vezes menos que o 88mm. O teto era de 35 mil pés. Como era fixo, apenas 1.125 foram fabricados.

A artilharia antiaérea usava três táticas contra bombardeiro voando alto. A técnica "continuously pointed fire" era feita com apoio de radar ou com pontaria visual. Disparava em um ponto futuro da aeronave continuamente.

A "predicted concentration fire" era menos efetiva e mais usada a noite ou quando não tinha informação de um radar. A formação alvo precisa estar em um voo estável de 90 segundos para terem sucesso. Com várias baterias disparando ao mesmo tempo, os bombardeiros avistados eram usados para determinar a direção, altura angular e altitude em vários pontos para determinar os dados de pontaria. Previam o ponto futuro em determinado momento e disparavam no local. Calculavam os dados novamente após cada salva.

A técnica de "barrage fire" era usada a noite em mau tempo sem poder ter dados visuais. Concentravam o máximo possível na "caixa" que é fora do ponto de bombardeiro previsto. Se bem feito, os bombardeiros tinham que voar dentro da caixa. Gastava muita munição, mas forçada bombardeiros a abandonar a corrida de ataque.

Espalhar a formação era outro objetivo da artilharia antiaérea. Miravam no meio formação e não em uma aeronave em particular.

No fim do conflito apareceram os mísseis SAM, mas não entraram em operação a tempo. Os alemães também desenvolveram o míssil superfície-ar Wasserfall de 7 toneladas com guiamento por radar ativo. O míssil era capaz de atacar várias aeronaves ao mesmo tempo. Os alemães priorizavam as armas ofensiva e não chegou a entrar em operação.



Radar de direção de tiro FuMG 39T(C) Würzburg.



Diretor Kommandogerät 40 usado em bom tempo.


Detector de som Ringtrichter Richtungshorer (RRH). Eram usados apenas para determinar a direção do alvo.
 

A supressão da artilharia antiaérea foi realizada poucas vezes no início e no fim do conflito. As tripulantes dos bombardeiros gostavam, mas era considerado pouco efetivo.

Na operação Market Garden havia 112 alvos fotografados que ameaçariam o salto e as aeronaves de transporte. Uma frota de 874 B-17 foi enviada para atacar os alvos. Quatro grupos de P-47 da 8 TAF suprimiram a rota pelo sul e quatro da 9 TAF suprimiram durante a operação. Foram 59 posições de artilharia antiaérea destruídas e 80 danificadas. Um 39 P-47 atacaram alvos em Turnhout. O mau tempo forçou voar baixo e 16 foram derrubados.

Na Segunda Guerra notaram que as perdas eram maiores quando voavam mais baixo. No Pacífico era pouca artilharia antiaérea e atacavam baixo sem muito risco.

Os caças da US Navy faziam supressão de artilharia antiaérea contra os navios antes dos ataques dos Helldiver e Avenger. Se aproximam entre 6 ou 8 mil pés. Convergem contra o navio e mergulham a 45-60 graus, com a segunda seção atacando logo depois. Dispara a 4 mil pés até sair do mergulho. Disparam rajadas curtas para evitar danificar a arma. Saiam do mergulho a 1 mil pés e se o alvo tem risco de explodir saíam do mergulho a 2 mil pés.

 

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